Keila Costa
Seja bem vindo, leitor de meus versos sujos. Absorva até o último sopro de vida que em meus versos contém.
- Sobre o casamento
Faço o login no Orkut e está lá: dezenas de pessoas com seus status de casados, e outra dezena postando as novas fotos do casamento que foi nesse fim de semana, e outra dezena ficando noivo, colocando alianças de ouro, prata, aço ou seja lá o que for.
É assim. Desisto e ligo a tevê. Está passando o filme que eu queria assistir há meses. O nome? “Ele não está tão a fim de você”. Um belo título, eu diria. No filme o casal interpretado pela fofa da Jennifer Aniston e pelo bonitão do Ben Affleck namoram há sete anos e ele é avesso à ideia de casamento, o que para ela é o fim do relacionamento. Eu fiquei tão feliz quando ao final do filme ela volta para ele e aceita que eles continuem morando juntos mas sem essa ideia de que eles precisam se casar. Porém, para minha surpresa e de meus canais lacrimais, ele a pede em casamento. Sim, o cara que rejeitava todas as possibilidades a pede em casamento, já que o que ele mais quer é fazê-la feliz. Eu, derrotada e em lágrimas, desligo a tevê na minha humilde tentativa de exterminar esse ato – o de casar – e volto ao Orkut.
Entro nos mais recentes álbuns dos pombinhos agora casados e tento achar algo para aprovar ali. Algo que faça o casamento ser algo sobrenatural, divino, surreal e avassalador. Algo pelo qual valha a pena se casar.
O que encontro? Bem... encontro as madrinhas, cada qual com o vestido de uma cor diferente da outra (não pode repetir a cor, isso é melhor que os pares de jarro dos EUA), encontro também todos os amigos do casal, a preparação do make da noiva, os acessos de choros de todos que nunca pensariam que os tais se casariam – metade dali nem sequer participou de um quinto da vida do casal. Encontro também a decoração do ambiente planejada com todo carinho e cuidado, isso combina com aquilo, que tem que combinar também com aquilo lá. E os topos de bolo? Nem se fala. Fora isso tudo, tem a cena: o vestido da noiva, o cabelo, o sapato. E ela entra, linda, e todos olham para ela. Aquele é o seu dia e ninguém vai apagar da memória dela o que ela vivenciou ali – exceto se o casamento um dia acabar e ficar na memória somente os momentos claustrofóbicos a dois. E as fotos iguais em todo casamento: os dois olhando para o além, a noiva saindo do carro, o buquê, as alianças (que costumam ser as mesmas de quando ficaram noivos), e tudo aquilo que vemos em todos os casamentos.
Apesar de todos os pesares, no fim resta a certeza de que - lá no fundo - todas nós queremos isso um dia. Seja em uma praia, numa cabana, na Igreja ou em um cartório. Seja a lua de mel em Bora Bora, Paris ou em Penedo. O importante e essencial é que você e ele estejam lá, e é isso que vai contar em todos os momentos a dois. A união, o companheirismo, o ato de coragem e fé, porque só se casam os que acreditam em uma vida a dois, os que perseveram, os que não desistem, não temem, não fogem. E no fim das contas o que mais queremos é o “até que a morte os separe” e o “felizes para sempre”.
POR Keila Costa
18:49 | Marcadores: casamento | 0 Comments
- quem sou eu?
É o que eu vivo me perguntando. Dizem que somos o que comemos, o que ouvimos, o que lemos, o que sentimos. Se for assim, então eu sou:
A Clarice Lispector com um toque de Rock'n'Roll à la Green Day, com a doçura de um chocolate acompanhado de uma coca-cola. Sou também a Martha Medeiros com a imaginação da J.K.Rowling depois de ter comido três fatias de pizza e bebido aquela cerveja bem gelada. Sou o sorvete, talvez a calda de chocolate por cima dele ou, quem sabe, talvez até o waffle que o acompanha. Sou Legião Urbana com Los Hermanos. Sou os astros adolescentes e popstars da Disneylândia, cantando que mesmo com todo o dinheiro que agora tenho eu ainda sou a mesma. "Oh, yes", eu diria assim como eles. "This is me", concluiria. Poisé.
Sou o ré, o mi e o dó também. Sou nem de esquerda nem de direita e tampouco fico no meio. Sou a Mona Lisa de Da Vinci. Sim, aquela coisa que te leva ao "hic et nunc". Sou também todos esses filósofos loucos e magníficos. Acompanho a loucura deles, pois eu sou louca também. Eu sou o amor, a felicidade e a gentileza em pessoa. Sou orgulhosa, educada e até finjo um sorriso se isso te deixa mais feliz. Sou respondona e choro à toa. De vez em nunca me olho no espelho e pasmo; fico alguns minutos olhando a minha imagem refletida e penso: "como eu estou bonita!". Ah, eu também tenho meus momentos à la Britney, ok?!
Enfim, sou o avesso do avesso. Sou correta, dedicada e injusta também. Eu sou feliz. E se pra você isso não é nada... pra mim isso é o bastante. E se nada disso bastou para ressaltar quem eu sou, então saiba de uma coisa: meu nome é Keila; isso já é um bom começo.
POR KEILA COSTA.
19:21 | | 2 Comments
- aprendizagem .
21:25 | | 1 Comments
- untitled .
Quem vê, pensa. Quem conhece, sabe.
POR KEILA COSTA
11:32 | | 3 Comments
- o querer na forma de poder.
POR KEILA COSTA.
19:44 | | 1 Comments
- crescer.
20:45 | | 1 Comments
- versos sujos.
Sou a cruel cascavel que te rodeias
Sou a que tanto tu queres esquecer;
Sou a que tua nobre dama tanto odeia
Sou a que formidavelmente te faz enlouquecer.
E imundas soam as vozes alheias
E te afundo em diversas teias
Que teci ao me abandonar.
E me soam falsas todas essas palavras
de versos íntimos, versos sujos
Que no meu pesar te afagas.
E somente a Ingratidão, tua companheira inseparável
O deixaste de lado uma vez sequer
Para me esculpir em moldura de retrato
Num projeto infundável de mulher.
Por Keila Costa,
intertextualidade do poema "Versos íntimos" de Augusto dos Anjos.
20:29 | | 1 Comments
- ele, quem?
POR KEILA COSTA,
inspirado em um texto de Tati Bernadi.
23:29 | | 1 Comments
- eu quero.
Eu quero menos rímel, menos gloss, mais 'ao natural. Quero bombom do velho da esquina, biscoito de isopor, pão com mortadela. Quero menos juízo, menos responsabilidade, menos possessividade. Quero falta de senso, falta de hábitos, falta de costumes. Eu quero o acaso. Eu quero surpresas.
POR KEILA COSTA.
23:14 | | 0 Comments
- as pessoas se precisam.
22:57 | | 0 Comments
- meus motivos .
POR KEILA COSTA.
12:29 | | 0 Comments
- você não virá me salvar?
E como dizia William Shakespeare:"Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente."
21:48 | | 0 Comments
- o tal do amor
Não tem razão, lógica ou motivos. Apenas existe e basta. É mais que qualquer cantiga de amor, qualquer frase feita, qualquer adjetivo. Nos faz grandes e medrosos. Nos faz leais. Eu não estou escrevendo versos sujos, tampouco teorias à Lispector. Estou escrevendo o que meu coração teima em gritar, em atirar a esmo o que me desconcerta. Eu estou falando sobre o que Platão dizia "chegar à contemplação do inteligível"; do que Aristóteles dizia ser "um ato de fé"; do que sãos chamam de "loucura", do que loucos chamam de "razão", do que muitos consideram um "bicho de sete cabeças". Eu tô falando é de amor.
15:36 | | 0 Comments
- imensidão remota.
12:59 | | 0 Comments
- um gole sobre mim.
20:49 | | 0 Comments